domingo, 29 de maio de 2011

Bate-papo com Gonçalves Dias

Recebi o texto abaixo de um internauta de Governador Nunes Freire. À título de informação, o texto não é meu como muito já estão pensando, sou incapaz de criar esse tipo de literatura, não é meu forte! Veja:


Se Gonçalves Dias (poeta maranhense) estivesse ainda no exílio, e se pudesse bater um papo na internet usando o seu poema mais famoso, acho que seria mais ou menos assim:

Gonçalves diz: minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá;

Internauta diz: não amigo Gonçalves, não tem mais palmeiras por aqui, elas foram derrubadas para dar lugar às pastagens para o gado e por conseqüência os sabiás foram embora.

Gonçalves diz: as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.

Internauta diz: desconheço o gorjeio dessas aves daí, mas aqui em GNF existem outras aves querendo gorjear.

Gonçalves diz: nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores.

Internauta diz: enganou-se. O nosso céu está sem estrelas, está nublado, devido às chuvas e algumas nuvens negras que estão pairando sobre a nossa cidade. As várzeas já não existem mais, quem deu o “golpe de misericórdia” foi o DNIT, aterrando as bueiras e igarapés, matando as flores. Se chover forte, novamente a cidade inunda.

Gonçalves diz: nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores.  

Internauta diz: nossos bosques?Ih! Complicou amigo. Os bosques são de propriedade particular, agora nem sequer deixam-nos observar através das cercas a beleza desses bosques. E a vida sem amor é realmente sem sentido.

Gonçalves diz: em cismar sozinho a noite, mais prazer eu encontro lá.

Internauta diz: cismado estou eu, amigo, estamos perdendo oportunidades de desenvolver nossa cidade e sinceramente, não sei se terás prazer depois de saber sobre o projeto que foi desperdiçado aqui em GNF.

Gonçalves diz: minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá.

Internauta diz: palmeiras não têm mais, e como te disse, existem outras aves querendo “cantar” em GNF.

Gonçalves diz: minha terra tem primores, que tal não encontro eu cá. Em cismar sozinho a noite, mais prazer eu encontro lá.

Internauta diz: realmente ainda existe um pouco de primores nesta cidade, mas existem também alguns que querem acabar com o que sobrou. Continuo cismado, só que ao contrário de você, não encontro prazer em saber que um projeto que iria beneficiar várias famílias fora desperdiçado por cinco pessoas.

Gonçalves diz: minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá.

Internauta diz: isto está repetitivo. Palmeiras, não tem. E sobre as aves, eu estava me segurando para não te dizer quais são. Mas já que insistes: na nossa cidade, temos sim, um curió que veio de uma cidade vizinha e talvez em meados de outubro do próximo ano, já tenha mudado para outra cidade, pois se trata de uma ave de hábito migratório, um pássaro forasteiro, digamos assim. E a mais recente descoberta trata-se de uma espécie de papagaio, que ao contrário dos outros da mesma espécie, tem o seu habitat não nas matas, mas na casa do povo. É uma ave que não tem o instinto natural da sua espécie e por sua indecisão, se voa ou não voa, os biólogos deram-lhe o nome cientifico de: Parlamenthariun Indhecisium.

Gonçalves diz: não permita Deus que eu morra, sem que eu volte para lá, sem que eu desfrute os primores que não encontro por cá. 

Internauta diz: de que adianta você voltar vivo daí e morrer de vergonha por aqui? Ou quem sabe, morrer de desgosto por não poder desfrutar os primores do investimento que estavam preparados para nossa cidade?

Gonçalves diz: sem qu’inda aviste as palmeiras onde canta o sabiá.

Internauta diz: o que posso fazer é plantar uma palmeira e assim satisfarei o teu desejo.  A tua insistência fez-me reconhecer que tens uma posição bem firme sobre essa ave, pois não trocas um sabiá que tem um gorjeio bem apurado, por um curió que vive pelas fazendas e por raras vezes pela cidade. Realmente tu sabes o valor da lealdade.

Qualquer hora nos reencontraremos na net, até logo! Amigo Gonçalves.

Internauta de Governador Nunes Freire-MA
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