terça-feira, 10 de maio de 2011

Os números sobre a proibição da sibutramina

A forma como a imprensa brasileira nos passa algumas informações consegue às vezes ser tão convincente que consegue deixar em dúvida o melhor, ou, maior defensor de qualquer que seja a causa.

Tem acontecido nos últimos meses uma discussão ferrenha sobre a proibição da comercialização dos anorexígenos (inibidores de apetite) no Brasil.

Inicialmente a discussão ocorreu em audiência pública da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) com a participação de profissionais de saúde, indústrias, entidades de classes, e, outros órgãos, mas, infelizmente não chegaram a uma solução do problema.

Agora a discussão chegou até o senado federal na comissão de direitos humanos; na audiência o DrºDirceu Barbano (Diretor-Presidente da ANVISA), lembrou que, as anfetaminas não existem na Europa desde 1999, e, a Sibutramina foi retirada do mercado nos Estados Unidos pelo próprio fabricante “Laboratório ABOTT”, porque de acordo com estudos realizados por eles chamado de “SCOUT”, detectaram riscos para o uso. Este estudo durou 6 anos (envolvendo cerca de 10 mil pacientes), concluiu-se que, apenas 30% das pessoas tratadas com Sibutramina perderam 5% do peso após 3 meses, no entanto, essas pessoas registraram um aumento de 16% no risco cardiovascular (doenças cardíacas). (www.anvisa.gov.br)

Já não é a primeira vez que faço o seguinte questionamento: a ANVISA é um órgão que foi criado para regular o setor de saúde, assim, como a INFRAERO está para o setor (aéreo) e a ANATEL para a (telecomunicações), certo?

Então, é certo que o judiciário e os parlamentares deveriam ocupar-se de outros assuntos, e, deixarem de tentar discutir questões técnicas?

Temos um órgão regulador para isso, que é um dos melhores exemplos de atuação no serviço público brasileiro,  mas, que infelizmente são impedidos de atuarem como devem para agradar a terceiros.

Rosivano Albuquerque de Almeida
Farmacêutico Generalista
Especialista em Saúde Pública e em Doenças Tropicais

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