terça-feira, 17 de maio de 2011

O SUS é melhor do que parece



Estava lendo um artigo da Revista RADIS (que é uma revista de comunicação da saúde), e, publicada pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), intitulado “O SUS QUE NÃO SE VÊ”. E, resolvi partindo deste grande referencial enumerar as ações bem sucedidas; não deixando de opinar pelos grandes erros.

Grandes acertos:

- Coberturas vacinais, pré-natal, transplante de órgãos, programas de prevenção e tratamento da AIDS/HIV (referência mundial);

- Somos pioneiros no planejamento e desenvolvimento de campanhas de vacinações em massa;

- Líder mundial no acesso universal e gratuito aos antirretrovirais;

- Articula como ninguém a redução de preços de medicamentos e fortalece a indústria nacional no combate a AIDS;

- Laboratórios públicos que fabricam soros e vacinas com grande ênfase nas pesquisas de doenças negligenciadas (Malária, tuberculose, dengue, etc);

- O controle de qualidade de produtos e serviços (ANVISA);

- O SAMU para atendimentos de emergências;

- Gera emprego e renda;

- Tratamentos de doenças de alta complexidade, incluindo também atendimentos para o setor privado de muitos planos de saúde que acabam indo para o SUS por não conseguirem arcar com os custos.

Grandes problemas:

- Gestores trazem para si o crédito na realização das ações do SUS, há alguns anos atrás escondiam até a logomarca do Ministério da saúde;

- A visão da saúde de hoje como mero consumidor de recursos, se oculta, o fato de ser grande investidor em inovação e desenvolvimento tecnológico no país;

- Estudos apontam a maioria dos brasileiros não sabem definir o que é o SUS, assim, como também não sabem prestar primeiros socorros em situações de emergências porque não fomos educados para tal nas nossas escolas;

- A imprensa não dá tanto destaque aos pontos positivos na mesma proporção quanto aos negativos;

- O mesmo governo que defende o SUS destina recursos do estado para o financiamento de planos e serviços privados (hospitais);

- Existe uma nova ação que é o co-pagamento de medicamentos (Programa Farmácia Popular do Brasil e Aqui Tem Farmácia Popular do Brasil), que, mesmo sendo um preço baixo, continua sendo injusto, porque ainda pagamos as maiores taxas de impostos do mundo e o estado deveria nos garanti este acesso ao tratamento;

- As vigilâncias sanitárias que funcionam na maioria dos estados municipalizadas, e, infelizmente não funcionam;

- A falta de serviços de gestão para a assistência farmacêutica em hospitais e postos de atenção básica, há um grande volume de perdas de medicamentos que é a principal ferramenta terapêutica;

- A falta de serviços de gestão e acompanhamento na própria execução das atividades das pessoas que compõem o SUS (funcionários em geral);

O SUS sem dúvida é um dos modelos mais completos do mundo, mas, também é real que ainda não funciona como deveria. Contudo, não pode ser desprezado ou sofrer qualquer ato de discriminação; precisa-se conscientizar da importância dos valores da gestão com qualidade total e o monitoramento do seu uso adequado.

Rosivano Albuquerque de Almeida
Farmacêutico Generalista
Especialista em Saúde Pública e em Doenças Tropicais
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