terça-feira, 22 de maio de 2012

Réu é absolvido em Nunes Freire

Foi realizada nesta terça-feira (22/05) mais uma sessão de Júri Popular na Comarca de Governador Nunes Freire.

O réu, Roberval Martins, estava sendo acusado de tentativa de homicídio contra José Carlos Viana Diniz (Zeca Mala). O caso ocorreu em maio de 2008 no Clube Coqueiro Verde.

A juíza Raquel Araújo Teles de Menezes iniciou a sessão fazendo o sorteio dos jurados e explicando-os o funcionamento do Júri.

O Conselho de Sentença foi composto por seis mulheres e um homem. Passou-se então aos depoimentos e interrogatórios.

A vítima, José Carlos Viana Diniz, afirmou que fez alguns negócios com Roberval (troca de cheques) e ficou com uma dívida. Por este débito, Roberval lhe fez algumas ameaças. Segundo Diniz, no dia do crime ele recebeu uma “cadeirada” e depois Roberval lhe desferiu uma facada pelas costas. Diniz disse ainda que Roberval responde outros processos e que algumas pessoas lhe dizem que Roberval ainda lhe ameaça.

A testemunha de acusação, Marquezam Sá, disse que estava na festa no dia do ocorrido e que a vítima pediu para ele lhe levar em casa, mas não pode, pois havia emprestado sua moto. Disse ainda que viu quando o Roberval estava com a faca na mão e desferiu um golpe na região da barriga da vítima.

A testemunha de acusação, Mailson Sá, afirmou que estava na festa no dia do ocorrido e que não estava com a vítima. Disse ainda que o mesmo lhe pediu uma carona de moto até a sua casa. Falou ainda que ao entrar no clube, viu a confusão na portaria e logo depois a vítima correu para o lado.

A primeira testemunha de defesa, Nielza, disse que estava chegando ao clube e viu a vítima (Zeca Mala) dando uma gravata no réu (Roberval). Disse não conhecer que Roberval venda armas ou troque cheque (agiotagem).

A segunda testemunha de defesa, Josicleiton, disse que estava na porta do bar da sua mãe quando viu uma confusão se formando na porta do Clube Coqueiro Verde. Afirmou que se aproximou cerca de 10 metros e viu a vítima brigando com o réu. Falou ainda que só soube da facada no dia posterior.

Após o almoço, foi a vez do réu ser ouvido.

O réu, Roberval Martins, disse que no dia da confusão a vítima lhe chamou e ele pensou que fosse para tratar de negócio, ao ver que não era ele saiu e os dois jogaram uma cadeira cada um e bateram uma na outra. Negou que tenha atingido a vítima com uma cadeira. Disse que a vítima lhe deu uma gravata e para se soltar ele desferiu a facada no intuito de o mesmo lhe soltar. Roberval disse que a vítima é estelionatário, por isso tem o nome de “Zeca Mala” e “Zeca Pilantra”. Afirmou que Marquezan e Mailson não estavam presentes.

O promotor Hagamenon Azevedo fez seu pronunciamento discorrendo sobre os fatos que constam no processo, focando que a vítima sempre contou a mesma versão da história, assim como aconteceu com as testemunhas de acusação. O promotor se baseou no processo e disse que Roberval é culpado, pois tentou matar a vítima com uma faca. Hagamenon sustentou que Roberval agiu de forma intencionou, por trás, e com o intuito de matar Zeca Mala.

O advogado de defesa, Roberto Walter da Silva Rodrigues, sustentou a tese de que Roberval agiu em legítima defesa, portanto, inocente.

O promotor fez uso da réplica. Iniciou dizendo que o Ministério Público é uma instituição séria e que não trabalha com conchavos e acordos com ninguém. Reafirmou que o réu é culpado e mostrou no processo que a vítima sofreu uma facada.

O advogado de defesa voltou a fazer uso da palavra e disse que o réu merece ser inocentado, que merece voltar para o seio da família, pois agiu em legítima defesa.

O Conselho de Sentença se reuniu na sala secreta e decidiu pela absolvição do o réu Roberval Martins.

O Ministério Público, através do promotor Hagamenon Azevedo, fez constar em ata que recorrerá da sentença e pedirá a anulação do julgamento.


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