sexta-feira, 11 de maio de 2012

Prefeito Indalécio comenta a fraude eleitoral em Nunes Freire

Por Indalécio Vieira (prefeito de Governador Nunes Freire):

A fraude eleitoral, amplamente divulgada na Imprensa do Estado, apresenta dimensões que preocupam e colocam sob suspeita todo o processo eleitoral do noroeste do Maranhão. Geograficamente, ficou claro que a fraude se estende a muitos municípios da região. Cronologicamente, desde 2008, estas atividades criminosas elegeram prefeitos e, certamente, muitos vereadores, o que denota uma verdade inquestionável: nesses municípios a democracia foi terminantemente cassada.

Mas, no caso específico que envolve o prefeito de Turilândia, Domingos Curió, e seu filho, Marcel Everton Silva, esta prática, embora gravíssima, não passa de um efeito onde as causas estão intrinsecamente ligadas às práticas de crime comum e corrupção público-administrativa.

Em 20 de março deste ano, foi encontrado na mesma fazenda onde foram feitas as buscas e apreensões de documentos falsos direcionados à prática de crime eleitoral, um cadáver com aparente perfuração no tórax (reveja aqui). Tudo foi silenciado. Abafaram. Nenhum vaqueiro viu, ouviu; nenhum vigia; ninguém viu; ninguém sabe. Nesta data o trânsito na fazenda já era intenso e a fabricação de documentos falsos já acontecia dia e noite, portanto, provavelmente, no dia também da morte. Há ligação? Não há? Mais um motivo para se querer um terceiro mandato da família: a intocabilidade do Curió.

Neste ano, caiu na conta da Educação, a exemplo do ano passado, a exemplo do ano retrasado, o complemento do Fundeb do ano anterior. Curió nunca repassou aos professores. Mais um motivo para se querer um terceiro mandato da família: a intocabilidade do Curió.

É tanto certeza de impunidade também na esfera da Justiça Eleitoral que os próprios cometem crimes eleitorais, distribuem prêmios, fazem festas e eles mesmos se dão ao trabalho, ao tom de deboche, de colocarem na internet. Como é o caso da foto abaixo que apareceu nos principais jornais que denunciaram o crime de falsificação. As fotos foram tiradas num cenário de campanha eleitoral. Mais um motivo para se querer um terceiro mandato da família: a intocabilidade do Curió.


Esta intocabilidade é citada como troféu em cada reunião de Marcel Curió. Vangloriam-se com frequência e abertamente sobre a influência do seu deputado nas salas do TRE do Estado. Tenho certeza que o deputado Edilázio Júnior não compartilha da opinião do seu pupilo, prefeito Domingos Curió.

O sentimento de intocabilidade leva o Curió a trocar apoio por morte. Todos sabem que o apoio a sua candidatura pelo assentado Jonas, da Vila Bacuri, aconteceu mediante o escambo de apoio político por morte de desafeto do aliado. O adversário (desafeto) tratava-se do Sr. Santinho, morador antigo do povoado Bacuri. O pistoleiro que trabalha há mais 10 anos para Curió tratou de executar o trabalho: Enerizaldo, filho de um senhor por nome Ciriaco, de Turiaçu. Embora a testemunha da negociação tenha denunciado, o pistoleiro continuou solto. Santinho, baleado, escapou, mas poucos meses depois foi novamente alvo de outra tentativa de assassinato. Mais um motivo para se querer um terceiro mandato da família: a intocabilidade do Curió.

O sogro de Marcel Curió, um tal de Capim Gordura, abordou-me em Santa Helena, ameaçou-me e citou que “o negão tava na minha cola”. Descobri posteriormente que este “Negão” é o apelido do Enerizaldo.

No interrogatório preliminar o Sr. Dayslan Mendes, preso em fragrante pelo Polícia Civil no caso das falsificações para fins eleitorais, insinua que “Indalécio tem que assentar, senão o Curió pega ele. O Curió é mau; eu o conheço...”. Mesmo com esta declaração, não estou aqui para pedir proteção individual; estou pedindo punição à morte daquele homem na fazenda encontrado; pedindo, se a Justiça puder atender, apenas que salve o lavrador Santinho da próxima emboscada do Curió. Ou ele é realmente intocável?

* Matéria recebida via e-mail.

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