O ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, coordenador da  campanha de Dilma Rousseff à Presidência, disse que José Serra  precisaria ser “um gênio” para convencer o eleitorado de que pode  representar a continuidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da  Silva.
“Seria de fato um grande acontecimento na história da sociologia  política. Se apesar disso tudo [Serra ter sido ministro no governo  Fernando Henrique e ter disputado em 2002 a Presidência com Lula] ele  conseguir convencer o eleitor brasileiro de que ele será a continuidade  do Lula, ele é um gênio e nós devemos tirar o chapéu para ele”, disse  Pimentel em entrevista ao colunista da “Folha de S.Paulo” e do 
UOL  Notícias, Fernando Rodrigues. 
Indagado sobre a preferência do eleitor por Serra mesmo entre aqueles  que consideram o governo Lula “ótimo” e “bom” (veja 
aqui  o cruzamento dos dados), o ex-prefeito disse que o fenômeno se dá por  desinformação do eleitorado. “Não há nada que indique que ele [o eleitor  que aprova Lula] escolhe o Serra. Ele apenas desconhece quem, de fato, é  o candidato de Lula. Esse é um segmento da população mais desinformado,  que tende a se preocupar com isso mais próximo das eleições”, disse  Pimentel.
Fernando Pimentel é economista e foi prefeito de Belo Horizonte de 2003 a  2008. Nos anos 60, militou no movimento estudantil de esquerda em Minas  Gerais, onde conheceu Dilma Rousseff, a atual pré-candidata a  presidente pelo PT. Preso em 1970, passou três anos e meio detido. Em um  de seus julgamentos, sentou no banco dos réus da ditadura militar junto  com Dilma.
Escalado para ser um dos coordenadores da campanha da ministra, pode  abandonar o empreendimento se escolhido pelo PT para concorrer ao  governo de Minas Gerais. Pimentel disputa com o ministro do  Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, a pré-candidatura do partido ao  Palácio da Liberdade. No campo governista ainda figuram os nomes do  ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), e do vice-presidente José  Alencar (PRB).
Campanha Dilma Rousseff
Ao 
UOL Notícias, Fernando Pimentel falou sobre  o trabalho que tem realizado na campanha de Dilma Rousseff. “Demos  visibilidade a Dilma, consolidamos o nome dela no partido e trabalhamos  com a base aliada. Meu papel tem sido esse. Tenho acompanhado a  ministra, discutido política com líderes, trabalhado com a imprensa e  trabalhado na análise de pesquisas.” 
A última pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha, em 27 de março,  mostra um crescimento de quatro pontos nas intenções de voto de José  Serra, que alargou para nove pontos sua vantagem em relação à Dilma  Rousseff (veja 
aqui  todas as pesquisas opinião para presidente e governador). Para Pimentel  o resultado já era esperado. 
“Acho que atingido um certo percentual estaremos estacionados até  começar de fato a campanha. Isso porque um certo segmento do eleitorado  só será atingido quando a campanha começar. Eu prefiro trabalhar com a  série [de pesquisas] do que com a pesquisa pontual. Pra mim é mais  importante o crescimento ao longo dos seis meses. E a curva de Serra é  descendente enquanto a da Dilma é ascendente”, disse. 
Neste mês de março, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) condenou o  presidente Lula a pagar duas multas nos valores de R$ 5 mil e R$ 10 mil  por campanha eleitoral antecipada. Para o ex-prefeito de Belo Horizonte a  decisão do tribunal foi um erro. “Nós vamos recorrer da decisão. Se dar  visibilidade a um agente político for proibido, será um marasmo. Todos  tentaram dar visibilidade as suas ações, Marina, Serra. Assim é a  democracia. Um escorregão é natural, mas o sentido não foi de ferir a  legislação”, disse Pimentel.
A ministra Dilma Rousseff deixa a Casa Civil nesta quarta-feira (31),  para concorrer à Presidência. Sua saída do Planalto pode esfriar seu  desempenho nas pesquisas eleitorais, alavancado, sobretudo, pela intensa  exposição ao lado do presidente Lula em obras e inaugurações.
Indagado sobre qual será a estratégia da campanha depois que a ministra  deixar o governo, Pimentel disse que Dilma deve viajar pelo país. “Na  pré-campanha ela [Dilma Rousseff] vai se dedicar a temas setoriais,  viagens regionais, encontros com líderes”, disse o ex-prefeito. 
Pimentel não falou com detalhes sobre a organização da equipe de Dilma  nem sobre a arrecadação de recursos para a campanha, mas estima que algo  por volta de R$ 100 milhões sejam gastos na disputa –valor semelhante  ao declarado por Lula em seus gastos em 2006. 
Sobre a escolha do vice na chapa da ministra, Pimentel foi categórico ao  dizer que a decisão depende exclusivamente do PMDB, que compõe aliança  com PT na disputa presidencial. 
Em relação ao deputado Ciro Gomes (PSB-CE), Fernando Pimentel disse que  ele seria muito mais útil apoiando Dilma Rousseff do que insistindo em  se candidatar à Presidência. “O Ciro tem todo direito, mas a candidatura  dele está ficando isolada. Sozinho ele não tem viabilidade. Acho que  ele tem que refletir isso”, disse. 
Fonte: uol.com.br
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