Pense nestes dados, onde, o uso inadequado de medicamentos ainda lidera o ranking de intoxicações no país. No último relatório do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox) - órgão ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – com dados de 2009, foram 21.582 casos, o equivalente a 27,86% das 77.458 ocorrências de intoxicações humanas provocadas por agentes tóxicos diversos.
O relatório aponta ainda que as intoxicações por medicamentos totalizaram mais que o dobro do que o segundo agente tóxico que aparece na lista do Sinitox, os produtos domissanitários, responsáveis por 9.588 ocorrências (12,38%).
Na sequência vêm intoxicações causadas por picadas de escorpião (10,72%), outros animais peçonhentos/venenosos (5,60%), produtos químicos industriais (5,53%), abuso de drogas lícitas e ilícitas (5,26%), agrotóxicos de uso agrícola (4,92%), entre outros.
Isso sem levar em conta que estes dados só constam o de grandes centros, e, os números do interior? Quantos não morrem sem registro por ano?
Em 2005, quando fiz a minha monografia de pós em saúde pública os números referentes ao ano de 2000, eram de, cerca de 22.000 casos registrados.
Vale a pena citar um número que sempre achei interessante é o fato de morarmos em um país de grandes florestas e o número de intoxicação por medicamento ser maior que por picada de animais peçonhentos...
E como mudar isso?
Se vivemos em um país onde tem mais farmácia do que padarias.
Se as pessoas vão comprar medicamentos na farmácia para montar o kit resaca.
Nos Estados Unidos a Dipirona sódica é proibida, no Brasil, um dos medicamentos mais utilizados.
Rosivano Albuquerque de Almeida
Farmacêutico Generalista
Especialista em Saúde Pública e em Doenças Tropicais