terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Adoção um ato de amor e muito carinho

Por Giselle Carmargo:

Quando fui convidada pelo Jarivânio a escrever sobre o assunto, me senti importante e muito empolgada, pois sempre desejei mostrar ao mundo que filho adotivo é igual ao filho genético, pois ainda há muita desinformação e preconceito sobre o assunto.

Meu marido e eu estamos juntos a pouco mais de nove anos, e ele já era pai de três filhas quando o conheci, logo depois, ainda quando estávamos nos conhecendo ele decidiu fazer vasectomia, pra mim na época foi até bom, mas não sabia o que o futuro me reservava. Namoramos e casamos. Pouco mais de um ano de casados, a vontade de ser mãe começou a me consumir, sempre quis desde criança, eu dizia que queria gêmeos, pra ter o trabalho de uma só vez e ficar livre dele de uma só vez também.

Não aconteceu o meu sonho de criança, depois que a vontade ressurgiu das cinza, pois eu já tinha me conscientizado que não seria mãe, começamos a procurar especialistas em fertilização já que, quanto maior o tempo da cirurgia de vasectomia, menos chance de reverter, então, a saída era fertilização in vitro, consultas, exames e procedimentos que o plano de saúde não cobria rios e rios de dinheiro que no momento não estava ao nosso alcance, o valor de um procedimento deste, que no momento ainda não é feito em nosso estado (Alagoas), seria em média de R$ 16.000,00 isso por baixo, e se fosse bem sucedido de primeira, o que é difícil, e no meu caso seria mais difícil ainda, pois sou muito ansiosa, e tenho certeza que esta ansiedade iria atrapalhar bastante, e o médico concordou, ter calma e tranquilidade é fundamental, e calma é uma coisa que muitas vezes me falta.

Então um belo dia, depois de uma noite curtíssima de sono, pois havia ido á um show, acordo com uma notícia na TV de que tinha sido encontrada uma criança, recém nascida em uma caixa de sapato, no meio da rua, aquilo me angustiou muito e sem nem conversar com meu esposo, procurei saber o que precisaria fazer pra ficar com aquela criança... Com isso procurei o juizado da cidade e vi que não era tão simples, mas vontade de adotar começou a crescer mais e mais, e conversando com ele depois, decidimos que iríamos adotar o sexo e a cor pouco importava, mas pra mim precisava ser um bebê, pois já que eu não teria a gestação, gostaria de passar por tudo desde o início, e daí começou nossa caminha, com documentos e reuniões no juizado, e a espera da ligação onde falassem: surgiu a criança e tal. Ligação esta que até hoje não aconteceu.

Todo mundo nos dizia, vai pro interior, é mais fácil, você consegue logo, fiz contato ainda com oito mulheres e todas na última hora desistiram, eu ficava muito mal, engordei horrores neste ano, minha vida era chorar escondido, então vimos que com o “jeitinho brasileiro” não iria dar certo, então já habilitados para adoção, surgiu no estado de Minas Gerais, a nossa oportunidade, acompanhamos de longe os últimos meses de gravidez, falava com a mãe biológica no mínimo duas vezes por semana, e uma semana antes do parto. Viajamos ao encontro da nossa felicidade, era uma moça, já com três filhos pequenos e sem condições de ficar com o quarto filho, chegando lá nos conhecemos, conversamos bastante nesta última semana, eu me emocionava cada vez que via aquele barrigão lindo, e então no dia marcado foi feita a cesariana. Foram os 50 minutos mais longo da minha vida, entre ela entrar na sala de parto e nós da sala de espera escutar o choro dele, eu chorava como uma desesperada, e de repente cruza a porta a enfermeira com meu pequeno príncipe nos braços, nossa que emoção inexplicável, fico arrepiada só de lembrar (reviver) esta emoção, fiquei e a acompanhei durante os dois dias no hospital, demos toda assistência necessária e logo depois da alta viemos embora, com uma felicidade que transbordava e saltava dos nossos corpos.

Hoje meu pequeno tem um ano e dois meses, muito bem vividos, muito bem amados, e graças a Deus ninguém olha e diz que ele não é nosso geneticamente, ele pegou alguns trejeitos meus do pai, o que o faz parecer conosco, e posso afirmar com toda certeza do fundo do meu coração, ele não é mais ou menos amado do que qualquer filho legítimo, talvez ele no futuro, perceba que ele é amado duas vezes, uma, por a mãe perceber que não daria a vida que ele merecia, e nós por dar a ele tudo que daríamos a um filho vindo do nosso sangue.

Ainda hoje conforme combinado na maternidade, mantemos contato, pois é direito dele saber um dia, a sua história, saber que tem duas irmãs lindas e um irmão lindo também, que tem duas mães que o ama, e que ele pode sempre contar conosco.

Marcelo, João Lucas e Giselle

Sabemos ainda que existe alguns tipos de doenças que só o sangue pode salvar (o que se Deus quiser não vai ser o caso), porém está sendo bom este contato via telefone com a mãe e irmãos biológicos.

Amigas, mamães biológicas e adotivas como eu, amem, amem muito seus filhos, eles são bênçãos em nossas vidas, eu não consigo ver meu futuro sem meu pequeno, que por mim, ficaria pequeno pra sempre. Ele é minha felicidade, e atende pelo nome de João Lucas, mas pode ser chamado de lindão, de gostosão, de fofo, de amor da mamãe, de pimpolho colorido, de minha vida que ele também atende...

Beijos a todas vocês que curtem este blog.

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