sábado, 8 de dezembro de 2012

Para compensar luz barata, imposto nos Estados pode subir

Tem coisas que só acontecem no Brasil, fazem um "auê" pela redução nas tarifas de energia elétrica, mas os Estados pretendem aumentar o ICMS.

O que vai mudar de verdade?? NADA!!

Da Folha de São Paulo:

ESTELITA HASS CARAZZAI, DE CURITIBA
CAROLINA DE ANDRADE, DE SÃO PAULO

Em uma reação à medida provisória que reduz a tarifa de luz a partir de janeiro, Estados já se articulam para aumentar alíquotas de impostos e recuperar parte das perdas de arrecadação com o setor elétrico.

O Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne os secretários da Fazenda, estuda alternativas para amenizar o impacto da redução nos cofres públicos.

"Isso tudo cai como um bomba para nós. E os Estados nem sequer são ouvidos", disse o coordenador do órgão, Cláudio Trinchão, da Fazenda do Maranhão.

Individualmente, Bahia e Paraná confirmaram estudos para rever a política do ICMS a partir de janeiro.
As medidas podem incluir revisão de benefícios a setores da economia e aumento das alíquotas de ICMS para certos produtos ou atividades a serem definidos.

Tais articulações, vindas de Estados governados por siglas de oposição e situação, ameaçam a eficácia da "agenda positiva" que o governo tenta promover com as reduções nas tarifas de energia.

Anunciada em setembro, a medida provisória prevê a renovação antecipada das concessões de energia elétrica em troca da redução das tarifas. A intenção do Planalto é estimular a competitividade da indústria, que reclama dos altos gastos com infraestrutura no país.

QUEDA DE RECEITA

Com a conta de luz até 16% menor em 2013, os governos estaduais estimam arrecadar entre R$ 200 milhões e R$ 1 bilhão a menos por ano, dependendo da importância do setor elétrico em seus Estados. Entre os mais afetados estão Paraná, Ceará, Rio de Janeiro e Paraíba.

A previsão inicial do governo federal era que a redução das tarifas chegasse a 20%, percentual reduzido devido à recusa de concessionárias de São Paulo e Minas Gerais, entre outras, a aderir às exigências da medida.

A presidente Dilma Rousseff sinalizou nesta semana que o governo federal bancará a redução de 20%, embora não tenha indicado de que modo isso será feito.
"A redução da tarifa de energia é realmente devastadora para a arrecadação estadual", afirmou Trinchão.

Segundo ele, as propostas do Confaz deverão ser apresentadas a partir de janeiro. A intenção é "flexibilizar, simplificar e padronizar" as alíquotas de ICMS nacionalmente. "Queremos mudar a lógica e sermos proativos."
A Bahia, governada pelo PT, estima perder R$ 270 milhões por ano com a medida provisória do setor elétrico.

"Queremos recompor a arrecadação, até porque o cidadão vai ganhar", disse o secretário da Fazenda, Luiz Alberto Petitinga. "Temos que ajustar nossas receitas aos compromissos de governo."

O Paraná, cujas perdas serão de R$ 500 milhões anuais, diz ter congelado os estudos por ora depois que a elétrica estadual não aderiu integralmente à proposta do governo federal -por isso, a arrecadação não deve diminuir tanto como esperado.

Outros Estados, como Rio de Janeiro, Paraíba e Rio Grande do Sul, dizem que irão aguardar para ver se a medida do governo federal é compensada por eventual incremento da atividade econômica, já que a conta de luz está sendo barateada para aumentar a competitividade das indústrias.

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