terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Não te quero, mas não te deixo

Por Aliny Rodrigues:

O relacionamento começa cheio de promessas. E de expectativas. Vocês mandam mensagens um pro outro, se ligam, falam do dia, da vida e das novidades. Mas quando chega a hora de sair, nunca da certo. É o gato que morreu, o irmão que saiu ou até a avó doente: ele nunca tem um tempo pra você. Pare e pense um pouco: quem quer realmente, dribla as desculpas e vai até o objeto de desejo. Não existe essa de impedimentos, ou de empecilhos; o impossível acaba até se tornando mais divertido. Sabe de uma coisa? Acho que você foi tornada uma pessoa com a mesma maestria que tem um jogador no banco de reservas. O titular falhou: lá está você pra suprir.

O step, substituição ou o banco de reserva vem quando aquela pessoa tem necessidade de se sentir desejada e sabe que tem algo esperando por ela, mesmo que ela termine com A e B. Mas é você que acaba tomando no C, por quê dificilmente step vira pneu permanente. Só roda até a próxima troca e volta pra dentro do porta-malas, pra que seja colocado mais uma vez quando precisarem dele. É muita falta de coragem de assumir a solidão.

Mas uma coisa tem que ser dita mais uma vez, porque isso você ouviu ao longo da vida de todos seus educadores: nascemos sozinhos. Morremos sozinhos. Nossa ligação umbilical é cortada poucos segundos depois do nascimento. Pais e mães morrem. Amigos são de fases. Colegas são muitos. E ainda mais, se você for uma pessoa muito popular só vai ter uns quatro e ainda desconfiando se eles não estão com você pelo que você é, não pelo que você tem. Pra que essa necessidade de depositar no outro as esperanças e carências ?

Os parceiros acabam sendo depósito de esperanças. A luz no fim do túnel da vovó dizendo que você vai se casar, que alguém quer ficar do seu lado, que alguém vai trilhar caminhos com você e pode resolver de mãos dadas os problemas, que mesmo mesmo grandes vão nos empurrar e nos motivar a ir pela vida e.... Só que não. Se for pra ser step, se valorize e fique sozinho. É um processo que vai colocar na sua cabeça: o mundo não gira em torno de nós. O que você tem a oferecer de bom pra alguém? Reflita no banco de esperas, mas no seu banco. Não aceite ser reserva de ninguém.

É difícil ser só. Até mesmo o Pequeno Príncipe tinha sua rosa. Mas ele teve que se libertar dela para conhecer outros mundos. Manter um quase relacionamento e alimentar as esperanças parece uma coisa tão imatura e trás somente coisas mal resolvidas para nossa vida. A busca pelo final feliz reservado e garantido com todos os direitos assegurados da doçura e do amor tem que ser conquistada com o primeiro produto que apareça na prateleira. Aquele que você passou o resto da noite cobiçando. Porque quando ele chegar as suas mãos, vai ser só seu. E terás um apego real por ele. E da próxima vez que você for colocada de lado, pare e pense: todos querem o papel do personagem principal, e pouca gente se importa em fazer do coadjuvante o seu protagonista.

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