quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Educação no Brasil, tem jeito??

Desde criança que me saía bem na escola.

É bem verdade que aos 4 anos quando fui pela primeira vez não consegui ficar. Conta minha mãe que ela ouvia o choro (coisa muito rara) do posto de saúde onde trabalhava. Diz ainda que não aguentava e logo me tirou da creche.

Aos cinco anos entrei novamente e já nos primeiros meses aprendi a ler.

Nas outras série sempre fui um aluno exemplar. Não há uma só queixa de nenhum professor.

Nas escolas por onde estudei era muito comum os colegas me pedirem ajuda nas matérias que envolviam cálculos. No entanto, ao concluir o ensino médio tinha pavor de ser professor. Relatei tudo isso para dizer que nunca tive nenhuma vontade de ministrar aulas.

Mas a vida dá muitas voltas e mesmo correndo da vida escolar, hoje sou professor. Fiz faculdade de matemática e sou professor concursado do Estado do Maranhão, trabalhando no ensino médio de Governador Nunes Freire.

Gosto do que faço e faço com carinho. Me esforço ao máximo para dá uma aula agradável. Cobro, e muito dos meus alunos pois acredito que o trabalho de educar deve ser levado a sério.

Ano passado fiz uma nota de repúdio (reveja aqui) onde falava da falta de compromisso da maioria dos pais.

Neste ano nada mudou. Hoje (15/12) a segunda mãe apareceu na escola e para nada serviu.

A maioria absoluta dos pais deixam toda a responsabilidade da educação para os professores. A tarefa que já é árdua, fica pior. Pais que entregam seus filhos aos professores e dizem "não dou mais conta".

Um pai ou uma mãe não dá conta do seu filho e quer que o professor dê, mesmo cuidado de 35/40 ou mais? Não é querer demais?

É triste ver o que acontece na educação brasileira: governo que pouco investe ou investe mal; pais que não se preocupam com a verdadeira educação dos filhos; alunos que não levam a escola a sério; diversos professores sem o mínimo de comprometimento com sua profissão. PARECE QUE NEM LUZ NO FIM DO TÚNEL EXISTE.

A audácia da mãe que apareceu hoje na escola foi tão grande, tão inapropriada, tão intransigente que não me contive: me sentir obrigado a desabafar aqui no blog. Sua filha, aluna muito regular, estava hoje se utilizando de expediente que não tolero (resolvendo a prova para uma aluna que fazia recuperação) e reduzi uma das suas notas (trabalho com 9 por período). Com a redução da nota a aluna ficou em recuperação. Foi aí que sua mãe apareceu. Atrapalhou uma aula de revisão que estava dando e questionava o porque de sua filha estar em recuperação. É claro que não dei explicação pois não era hora nem lugar.

Aí me vem a pergunta: VALE À PENA SER PROFESSOR??

Desculpem pelo desabafo, mas foi necessário. Estou chateado!

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