sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Um gol pra toda a vida

Opinião de Celso Athayde, secretário da CUFA Brasil:

Sabemos que o Brasil é o país do futebol, e lógico, ninguém precisa da CUFA para jogar futebol. O esporte está  nas veias do povo e nas artérias das ruas do país. Então, qual é o nosso papel ao incentivar um esporte já tão popular, uma prática que mexe com corações, mentes e corpos de milhares de pessoas de todas as idades?

Vendo o último vídeo do Globo Esporte, vi que essa missão vai muito além do esporte. Por mais que isso fosse claro antes, agora  eu via por um outro ângulo. Almoçando dentro de um bar. Clique aqui para assistir.

O que se vê é mais que uma partida de futebol entre jovens que têm sonhos e buscas subjetivas, que vêm ao encontro de que temos buscado, que é superar a invisibilidade, integrar as comunidades e visibilizar talentos... Parece coisa simples, num primeiro olhar, como o jovem que fala que só quer ajudar sua mãe, e sair da favela  e lhe dar uma vida melhor! É lógico que esse jovem não está negando sua vivência, sua história, sua memória e seu DNA favelado. Suas lágrimas na verdade e sua emoção estão na possibilidade de, via o futebol, poder  construir uma ponte que liga um mundo paralelo invisível e uma sociedade estabelecida.

Um outro aspecto que também está em campo é a mobilização em torno de pautas (no caso a dengue)  importantes, necessárias e de interesse direto desses territórios, já que eles são os mais atingidos e interessados diretamente. Sabemos que, de um modo geral, o poder público tem dificuldade  para  dialogar nesses territórios.

Nesse caso, cumprimos um papel fundamental, que é ser mediador desse diálogo, de uma maneira civilizada e horizontal, onde a troca de experiência e não a imposição de políticas prontas, preparadas em gabinetes, e que muitas vezes, por melhores que sejam as intenções, acabam por se impor e ter pouca ou quase nenhuma eficácia.

Essa metodologia está nascendo na grande área, onde a parceria entre poder público, setor privado e a CUFA — e aqui vale comemorar o gooooollllllaaaaaço que cada parceiro fez — ao entender esse contexto e realizar tão rica intervenção.

Apesar de um evento eminentemente jovem, nas arquibancadas, estão pais, mães, namoradas, amigos, parentes ou simplesmente curiosos, para entender e testemunhar esse ritual sagrado que tem as ruas de terra de Padre Miguel, como seu palco sagrado. E aí , para os atingidos diretamente, a Taça mexe com uma diversidade de pessoas, classes e origens, que estão no meio dos campos de guerras, disputas e concorrências, que estão entrando para celebrar uma partida de paz, alegria, onde o vencedor, para além das quatros linhas, é o país, pois nos mostra que a mudança é palpável, e basta juntar os estilhaços das dificuldades, transformando-os numa grande teia de oportunidades, onde todos são vencedores.

O jogo apenas começou, mas, na minha modesta opinião, a Taça já pode ser comemorada como o grande acontecimento social, político esportivo e empreendedor de 2012. Por si só, já marcou um gol de placa.

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