sábado, 16 de abril de 2011

Nos habituamos a ficarmos felizes com tão pouco...

Hoje (15/04) pela manhã assisti ao Bom Dia Brasil - nacional, e, a reportagem falava de alguns grupos privados da saúde que estão fazendo parcerias com associações e empresas cobrando valores menores e facilitando o pagamento para os funcionários ou associados.

O entusiasmo dos reporteres em verem uma iniciativa desse tipo dá certo, inclusive, orientando as pessoas a procurarem as universidades e faculdades que fazem prestação gratuita ou por preços baratos me chamou bastante a atenção. Eles concluíram a reportagem dizendo: "Quem dera que outras instituições ou associações tivessem a mesma iniciativa..."

Isso é um absurdo!!!

A que ponto chegamos...

A Lei 8080/1988, Lei que cria o SUS (Sistema Único de Saúde), diz que o sistema de saúde privado tem que funcionar em caráter complementar, e, não como principal.

O que na verdade já é uma grande contradição, quando analisa-se esta lei, pelo conceito do próprio SUS, ele teria que ser INTEGRAL, UNIVERSAL, DESCENTRALIZADO e HIERARQUIZADO, portanto, não precisaria de complemento (este termo está mais para o famoso jeitinho brasileiro de agradar a gregos e troianos). Uma vez que pela própria constituição é dever do estado garantir a saúde, educação, moradia, segurança, e, outros da ladainha de sempre.

Dou uma dica a todos que querem se indignar, assistam o documentário "SICKO", do diretor Michael Moore, 2007. Se indignem com o nosso modelo de papel, percebam o quanto estamos tão próximos ao modelo do país que tanto copiamos, e, admirem os modelos de países que não ficam só no papel.

Só para dá um gostinho, nas farmácias públicas na França tem um caixa para o "CONTRIBUINTE" como eles chamam, para ele pegar o dinheiro da passagem que ele gastou para procurar o serviço de saúde.

Como eles podem? Se nós temos as maiores taxas e arrecadação de impostos do mundo...

Rosivano Albuquerque de Almeida
Farmacêutico Generalista
Especialista em Saúde Pública e em Doenças Tropicais
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