Desde criança que me saía bem na escola.
É bem verdade que aos 4 anos quando fui pela primeira vez não consegui ficar. Conta minha mãe que ela ouvia o choro (coisa muito rara) do posto de saúde onde trabalhava. Diz ainda que não aguentava e logo me tirou da creche.
Aos cinco anos entrei novamente e já nos primeiros meses aprendi a ler.
Nas escolas por onde estudei era muito comum os colegas me pedirem ajuda nas matérias que envolviam cálculos. No entanto, ao concluir o ensino médio tinha pavor de ser professor. Relatei tudo isso para dizer que nunca tive nenhuma vontade de ministrar aulas.
Mas a vida dá muitas voltas e mesmo correndo da vida escolar, hoje sou professor. Fiz faculdade de matemática e sou professor concursado do Estado do Maranhão, trabalhando no ensino médio de Governador Nunes Freire.
Gosto do que faço e faço com carinho. Me esforço ao máximo para dá uma aula agradável. Cobro, e muito dos meus alunos pois acredito que o trabalho de educar deve ser levado a sério.
Ano passado fiz uma nota de repúdio (reveja aqui) onde falava da falta de compromisso da maioria dos pais.
Neste ano nada mudou. Hoje (15/12) a segunda mãe apareceu na escola e para nada serviu.
A maioria absoluta dos pais deixam toda a responsabilidade da educação para os professores. A tarefa que já é árdua, fica pior. Pais que entregam seus filhos aos professores e dizem "não dou mais conta".
Um pai ou uma mãe não dá conta do seu filho e quer que o professor dê, mesmo cuidado de 35/40 ou mais? Não é querer demais?
É triste ver o que acontece na educação brasileira: governo que pouco investe ou investe mal; pais que não se preocupam com a verdadeira educação dos filhos; alunos que não levam a escola a sério; diversos professores sem o mínimo de comprometimento com sua profissão. PARECE QUE NEM LUZ NO FIM DO TÚNEL EXISTE.
A audácia da mãe que apareceu hoje na escola foi tão grande, tão inapropriada, tão intransigente que não me contive: me sentir obrigado a desabafar aqui no blog. Sua filha, aluna muito regular, estava hoje se utilizando de expediente que não tolero (resolvendo a prova para uma aluna que fazia recuperação) e reduzi uma das suas notas (trabalho com 9 por período). Com a redução da nota a aluna ficou em recuperação. Foi aí que sua mãe apareceu. Atrapalhou uma aula de revisão que estava dando e questionava o porque de sua filha estar em recuperação. É claro que não dei explicação pois não era hora nem lugar.
Aí me vem a pergunta: VALE À PENA SER PROFESSOR??
Desculpem pelo desabafo, mas foi necessário. Estou chateado!
Desculpem pelo desabafo, mas foi necessário. Estou chateado!
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