Do blog do Josias:
Não se chega aos primeiros lugares entre os Estados mais desiguais do país de um dia para o outro. No Maranhão, se você escolher um ano ao acaso para demarcar o começo do processo –digamos 1966, quando José Sarney tornou-se governador—os maranhenses levaram quase meio século para atingir alguns dos piores indicadores sociais. Ninguém prestava muita atenção. Mas nas últimas duas semanas os brasileiros redescobriram o Maranhão.
Registrado numa reportagem-documentário dirigida por Glauber Rocha (assista acima), o discurso inaugural de Sarney já realçava há 48 anos: “O Maranhão não quer a miséria, a fome, o analfabetismo, as mais altas taxas de mortalidade infantil, de tuberculose, de malária. O Maranhão não quer a violência como instrumento da política para banir direito dos mais sagrados que são os da pessoa humana…”
Desde então, o Maranhão não foi governado senão por Sarney e pelos políticos autorizados por ele. Chama-se Jackson Lago a única exceção. Durou pouco. Eleito em 2006, assumiu o governo em 2007. No início de 2009, o TSE passou-lhe o mandato na lâmina. Assumiu o segundo mais votado. Quem? Roseana Sarney. Quer dizer: na prática, o descalabro maranhense é um empreendimento 100% feito pela oligarquia Sarney.