Por Ruy Palhano:
O desejo sexual se manifesta de diversas formas e diferentes intensidades. Uma das condições muito estudada pela psiquiatria e pela neurociência, é o comportamento sexual compulsivo (sexo compulsivo) ou hipererosia. Para as mulheres, denomina-se ninfomania, termo que lembra as ninfas dos bosques greco-romanos que estariam sempre disponíveis ao sexo, e messalina, relativa à imperatriz romana que diziam sair às noites, disfarçada para orgias nas tabernas, além de manter escravos para satisfazer suas necessidades sexuais.
Mitologicamente a figura utilizada para designar esse fenômeno foi Príapo, para configurar a necessidade de excesso de sexo (criaturas metade bode e metade homem com chifres) que corriam atrás das ninfas dos bosques. Daí o nome priapismo ou satiríase, que diz respeito a uma ereção anormal, prolongada e dolorosa em que o pênis permanece ereto e intumescido por tempo indeterminado sendo, às vezes, necessária intervenção cirúrgica para torná-lo flácido.
Semelhante à outras disfunções, o sexo compulsivo se manifesta clinicamente com o seguinte quadro: pensamentos sexuais ou atos compulsivos recorrentes: “só pensam naquilo”, os pensamentos giram em torno da sexualidade: idéias, imagens ou impulsos que entram na mente do indivíduo repetidamente de uma forma estereotipada podendo ser angustiantes (violentos, repugnantes ou obscenos), sem sentido, e a pessoa não consegue resistir a eles. Podem ainda apresentar comportamentos sexuais impróprios, exagerados ou cognições que causam sofrimento subjetivo e comprometimento das funções ocupacionais e interpessoais. Esse comportamento tem sido comparado a uma espécie de dependência (adição ao sexo). Há outras designações como: sexo impulsivo e aditivo para descrever esses transtornos.